A ‘gameterapia’ promove o estímulo do cérebro por meio do vídeo game com dispositivo com sensor de movimento.
Os acadêmicos de Fisioterapia da Universidade do Planalto Catarinense (Uniplac) estão desenvolvendo uma nova atividade com os pacientes da Apae de Lages. A chamada ‘Gameterapia’ tem como objetivo associar os jogos de vídeo game (Xbox) com os movimentos do paciente por meio do dispositivo ‘kinect’ (um sensor de movimentos).
O bom desempenho do ‘Xbox 360 Kinect’, como instrumento de reabilitação, instigou a curiosidade científica. De acordo com a professora e supervisora do estágio, Dayane Vieira, a atividade por meio deste dispositivo ajuda na estimulação cerebral e, uma das descobertas a respeito dos efeitos é a de que, a partir dos desafios por eles criados, há uma estimulação cerebral. O cérebro é estimulado a criar células nervosas que ajudam a reestruturar áreas lesadas (neuroplasticidade). Outra característica importante na utilização deste novo recurso terapêutico é a capacidade de melhorar a adesão e o envolvimento dos pacientes no processo de tratamento. A realidade virtual oferecida nos jogos proporciona variadas oportunidades e motivação para atividades de lazer.
Ainda de acordo com Dayane, a nova atividade desenvolvida pelos estagiários visa estimular habilidades e desenvolvimento motor. “As intervenções individuais e grupais, com alunos com deficiência intelectual, motora e com Transtorno de Espectro Autista, têm como objetivos a manutenção e/ou melhora dos componentes de desempenho sensório-motor e cognitivos; estimular habilidades de comunicação e interação social; incentivar a tomada de decisões, estabelecimento de estratégias de solução de problemas e promover a independência e autonomia dos mesmos”, explica.
Para a professora, a aceitação dos pacientes nesse novo método de aplicar a Fisioterapia por meio da gameterapia obteve sucesso. “Os pacientes têm a percepção que o seu movimento reflete no videogame, tornando o atendimento ainda atrativo através de uma ferramenta lúdica que propicia esta vivência em diversas situações, mesmo que muitos apresentem uma incapacidade física e/ou cognitiva.”.
Foto: Arquivo Pessoal.