O auditório lotado do Centro de Ciências Jurídicas da Uniplac no último dia 9 para o 3º Seminário de Saúde Mental da Universidade do Planalto Catarinense revela a importância com que os profissionais da área da saúde enxergam o tema.
De acordo com o psicólogo residente Mário de Arruda em seu discurso de abertura, “em tempos difíceis como os atuais, onde percebemos ainda ações e práticas excludentes, higienizadoras, violações de direitos, abandono familiar, exclusão escolar, social e ocupacional, o cuidado em saúde mental necessita de mais atenção e mais afeto”.
Com isso vale ressaltar os quase 20 anos da existência da lei 10.216/2001 – Paulo Delgado, que visa a reorientação da rede e dos cuidados em saúde mental de forma acolhedora, não excludente e em liberdade.
O evento reafirmou a necessária luta para uma reforma psiquiatra e antimanicomial com a potencialização e emancipação dos sujeitos envolvidos. O Doutor Walter Oliveira fez o resgate histórico desta luta e uma contextualização do cenário nacional atual, questionando a crise que vivemos atualmente no Brasil.
A palestrante Doutora Armanda Rufino comentou que o tema de sua palestra, “Saúde Sistêmica”, surgiu da percepção de que muitos profissionais não estão preparados no aspecto relacionamento e enfrentam dificuldades nesse sentido. De acordo com ela, “enfrentamos hoje desafios que nos levam a repensar e reavaliar conceitos, assim como a nossa postura e o nosso cotidiano na área exigem conhecimento técnico e também habilidades de relacionamento, pois ajudar alguém implica em terem que se relacionar em muitos âmbitos. A forma como se conduz e se vivência os relacionamentos são a base da doença ou da saúde, tanto para profissionais quanto para os pacientes”.
Para a equipe dos residentes responsáveis pelo sucesso do evento, fica a certeza de reafirmação do papel da Residência Multiprofissional em Saúde da Família e Comunidade na promoção de saúde e na geração de reflexão sobre as práticas do cuidado.
A criação do SUS é fruto de uma construção histórica que mobilizou vários setores da sociedade e resultou na criação de uma legislação avançada, que expressa os valores, princípios e atributos que dão o arcabouço do SUS. De acordo com a Coordenadora Mirian Kuhnen, “apesar de todos os avanços alcançados, o que se percebe como um dos desafios de sua implantação é a desarticulação entre a necessidade de profissionais requeridos pelo SUS e a formação efetivamente realizada. Por isso, o Seminário de Saúde Mental teve como objetivo promover a discussão sobre a saúde mental na Atenção Básica, proporcionando um espaço para a troca de experiências entre os profissionais”, finaliza.