O projeto propõe-se a organizar os serviços de saúde do município de São Cristóvão do Sul, um pequeno município da região Meio-Oeste do Estado de Santa Catarina, utilizando como estratégia a Educação Permanente em Saúde (EPS).
As atividades acontecem com reuniões semanais em pequenos grupos multiprofissionais. Todos os trabalhadores da saúde do município avaliam as situações de sua prática profissional. Tendo como referência as políticas do SUS e a estratégia da Saúde da Família, analisam o seu desempenho no atendimento às necessidades de saúde da população e os fatores que estão envolvidos nesse processo.
As reuniões dos grupos têm como mediadores os professores do Grupo de Educação Permanente do Curso de Medicina da Universidade do Planalto Catarinense – Uniplac. \"Nossa responsabilidade é garantir que o processo se desenvolva da melhor maneira possível, estimular as discussões, intermediando a solução de conflitos e contribuindo na busca das soluções para as situações-problema que surgem\", observa o coordenador do projeto, professor Fernando Pagliosa.
Participam também de todas as fases do projeto estudantes dos cursos da área da saúde da Uniplac. As reuniões em grupos são intercaladas com reuniões coletivas, para socializar resultados e outras atividades julgadas necessárias a partir da análise das reuniões dos grupos.
Na medida em que discutem as principais dificuldades encontradas no seu trabalho cotidiano, os trabalhadores vão identificando as ações para que elas possam ser solucionadas. Mais do que os conhecimentos técnicos, são os valores e ideais que permitem a transformação das práticas profissionais.
Outro efeito positivo desta atividade é a criação de vínculo entre as pessoas que trabalham na saúde do município. Além da melhoria evidente do ambiente de trabalho, os trabalhadores estão planejando a reorganização do acolhimento de todas as pessoas que procuram os serviços de saúde do município, reestruturando a Equipes de Saúde da Família, estudando formas de melhorar o processo de comunicação com a comunidade.
\"Esta abordagem tem facilitado, por outro lado, uma compreensão ampliada do processo saúde-doença, contemplando, além dos fatores biológicos e psíquicos, o papel central das condições sociais na sua determinação\", afirma professor Pagliosa.
Estes são os primeiros resultados de um trabalho que iniciou há menos de quatro meses, que evidenciam a importância da integração entre ensino e extensão e a potência da EPS como estratégia.