O projeto de pesquisa do grupo de professores do Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva da Universidade do Planalto Catarinense (Uniplac) foi aprovado junto ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico (CNPq) no final do ano passado. Intitulado “Análise da Rede de Serviços Públicos de Saúde na Atenção e Cuidado a usuários do Crack”, o trabalho tem como proposta analisar como a rede pública de atenção e de cuidados a usuários de crack está estruturada em três municípios de Santa Catarina.
A partir do próximo mês, Lages, Rio do Sul e Curitibanos começam a receber a visita das pesquisadoras que querem saber quais as abordagens terapêuticas vem sendo realizadas nesses locais. Assim como as articulações da rede e se os aspectos norteadores da atenção integral proposta pelo Ministério da Saúde estão presentes.
A coordenadora do projeto, professora Maria Conceição de Oliveira, explica que para se obter as informações necessárias serão coletados dados a partir de documentos oficiais sobre a rede pública de serviços e depoimentos de gestores e profissionais da área. “Aplicaremos um questionário com perguntas fechadas a esse mesmo público, e entrevista semi-estruturada apenas com os gestores da rede”, completa.
O trabalho deve durar cerca de dois anos. Ao final, as pesquisadoras pretendem contribuir com a geração de conhecimento para suprir lacunas acerca desse tema. “Esperamos que, com isso, haja a implementação de ações intersetoriais que garantam a integralidade da atenção e do cuidado aos usuários do crack, para subsidiar ações e decisões resolutivas para os municípios”.
Além disso, o grupo espera contribuir na gestão de políticas públicas voltadas a inserção de pessoas em situação de vulnerabilidade social como os usuários do crack. As pesquisadoras planejam ainda realizar seminários em cada um dos municípios envolvendo a sociedade e os atores vinculados aos serviços de saúde participantes do estudo. “Queremos socializar o conhecimento produzido para fomentar a as ações e decisões que contribuam à minimização dos riscos e danos decorrentes do uso do crack”, finaliza.