O projeto de “Pesquisa do Perfil Sócio Criminal dos Internos do Presidio Masculino de Lages” é de autoria do acadêmico do 9º semestre do curso de Direito da Universidade do Planalto Catarinense, o agente penitenciário Amildes Tadeu Kley e foi iniciado como contrapartida do aluno à Bolsa de Estudos do Artigo 170 concedida a ele, em que devem ser cumpridas horas de atividades e projetos sociais.
Segundo o acadêmico esta foi a possibilidade de conciliar a experiência de dentro da Universidade com a vida profissional dele. Amildes escolheu algumas questões de direito para praticar em sua profissão na atuação dentro do presídio, por meio do projeto. As atividades realizadas visam a análise de reincidência dos internos. “Existem internos de vários locais do estado que muitas vezes, perdem o contato com familiares, em razão do baixo poder aquisitivo, situações que geram a consequente repetição de crimes ao retornar para a liberdade.” Além disso, segundo Amildes, as necessidades sociais, educacionais e psicológicas do indivíduo devem ser consideradas quando do ingresso do interno nas unidades prisionais, fatores que são levantados por meio de questionário criado pelo acadêmico e realizado com cada interno. A partir das informações levantadas pretende-se criar um sistema de atenção especializada aos detentos. “Por hora estou encampando tudo isto sozinho, mas a partir da demonstração de resultados, espero que um novo formato de acompanhamento e de intervenção junto aos presos possa ser planejado”.
Amildes relata diversas situações em que conseguiu atuar, já durante a realização do levantamento, dando orientações aos internos, como informações e acerca do processo, (somatório, progressão de regime, encaminhamento para curso profissionalizante e também orientação do procedimento para o pedido de saída temporária).
“Estou adquirindo conhecimento prático”, Amildes conclui afirmando que o seu projeto busca a efetivação de diversos itens que se cumpridos poderiam gerar melhorias ao sistema prisional brasileiro, como o acesso dos internos a tratamentos de dependência química; possibilidade de utilização da mão-de-obra dos internos; tratamento psicológico; avaliação e acompanhamento específico dos casos, a partir do início do cumprimento da pena, conforme o caso, entre outros.
O projeto de levantamento foi iniciado no segundo semestre de 2012 e tem sua finalização prevista para o final de 2013.