Com um pedaço de papel, um lápis nas mãos, para anotar cada detalhe, e os olhos arregalados de curiosidade. Foi assim que desceram do ônibus os 22 alunos da Escola Itinerante Maria Alice Wolff de Souza no pátio Universidade do Planalto Catarinense (Uniplac), na manhã desta quarta-feira (2). A maioria deles acordou por volta das 5 horas para percorrer 110 quilômetros, de Fazenda do Baú, na Coxilha Rica, até o centro de Lages. O objetivo da tão esperada viagem foi conhecer o lugar onde estudam cerca de 4 mil pessoas.
Esses jovens alunos, que têm na maioria entre 11 e 17 anos e freqüentam do sexto ao nono ano do ensino fundamental, nunca haviam estado na Universidade. Quatro deles apenas passaram pela rua em frente aos prédios. E a cada entrada em um dos corredores ou laboratórios, uma exclamação de surpresa. O mais curioso, e que sempre estava na frente de todos, era o pequeno Nataniel da Silva Ventura, de 10 anos. Ele ainda não sabe qual profissão escolher, ao contrário de Osvaldo Ataíde, que há 60 anos vive da agricultura.
Depois de mais de cinco décadas ele retornou à escola, e hoje cursa o sétimo ano. Mas eles têm algo em comum, a busca pelo conhecimento. E seu Osvaldo, com sua experiência de vida, resumiu aquele momento em uma única frase: “Conhecimento não ocupa espaço, quanto mais, melhor”.
O passeio por alguns dos laboratórios da Universidade durou pouco mais de duas horas. Mas a discussão daquilo que foi visto acontecerá na próxima semana, durante as aulas. Os alunos foram trazidos à Uniplac por meio do projeto “Viva Universidade”, no qual as escolas agendam a visita na Instituição.