Pesquisas recentes revelam um aumento significativo no uso de drogas entre crianças e jovens brasileiros, consumo que não se restringe a determinadas regiões ou a determinantes socioeconômicos ou culturais.
O consumo de praticamente todas as drogas começa entre os 10 e 12 anos e entre os 18 a 20 anos, independente dos fatores citados acima. Neste contexto, o consumo de drogas surge como uma ameaça concreta na formação e na construção da personalidade dos jovens, podendo comprometer e/ou interromper o processo de desenvolvimento sadio do usuário. Mais do que um problema da esfera médica ou policial, o consumo de drogas entre estudantes, mostra-se como importante fenômeno social, que exige uma ação integrada das instituições sociais no sentido de preparar, de forma ética e solidária, alunos capazes de se responsabilizarem pelas próprias escolhas e, sobretudo, pela construção de uma sociedade onde cidadania seja sinônimo de liberdade individual e compromisso coletivo.
A escola é a instituição de maior significância, depois da família, para o desenvolvimento e formação do individuo, e consequentemente, espaço ideal para a prevenção.
Considerando a escola o alvo principal para subsidiar ações preventivas ao uso e abuso de drogas, a Secretaria da Saúde do Município, através da coordenação de Políticas Públicas sobre Drogas, juntamente com a Secretaria de Educação do Município, vem realizando encontros (exposição-dialogada e oficinas) com os professores do primeiro ao quinto ano das séries iniciais, da Rede Pública Municipal, com o intuito de prepará-los para atuarem diretamente com seus alunos, na sala de aula, incentivando-os à reflexão, a adoção de medidas na própria escola onde trabalham, contribuindo para prevenir o uso e ou abuso de drogas entre crianças e adolescentes. Oferecendo o maior número de ações de Promoção à Saúde como: Atividades culturais; Educativas; Esportivas; Recreativas; Profissionalizantes e tantas outras que facilitem a inserção das crianças e dos jovens na vida da comunidade. Atividades que valorizem o SER HUMANO, principalmente os mais suscetíveis ao uso de drogas. Ações de Valorização Trabalhar com valorização profissional, a formação educacional, o reforço da autoestima, a ampliação do censo crítico, o engajamento do jovem na vida político-social, cultural e econômica como formas de comprometimento pela vida. Abordagem Familiar/Objetivos: ▪ Acolher a família como unidade que precisa de apoio; ▪ Conhecer a estrutura e a dinâmica familiar; ▪ Levar conhecimentos sobre o processo do uso de drogas;
Reforça-se assim, a importância do estabelecimento ou do resgate de uma rede de suporte mínimo para auxiliar em todo o processo.
Durante as oficinas de prevenção do uso de drogas os professores receberam informações sobre os fatores de proteção e o reforço da importância destes na vida dos alunos. Sendo estes, conscientizados que os resultados podem não vir a curto prazo, mas que futuramente trarão impacto positivo na vida das crianças e jovens, bem como os preparar para a vida a ponto de não desejarem fazer uso de drogas para superarem os vazios, as angústias, desconfortos, frustrações ou para busca de prazer.
De acordo com cada fator de proteção, educadores realizaram oficinas para desenvolverem posteriormente com as crianças e jovens na escola. Tais atividades que irão propiciar momento de reflexão e de compartilhamento de vivências e sentimentos com seus alunos.
Além de possibilitar aos profissionais o apoio no enfrentamento das dificuldades do dia a dia e troca de ideias sobre o desafio de trabalhar a prevenção do uso de drogas entre os estudantes, falando de: Proteção, Cuidado. Respeito, Parceria.
Para cada tema, há um texto explicativo e sugestões de atividades para os alunos, com o objetivo de estimular valores, atitudes e hábitos de vida, fundamentais para a promoção da saúde. Os professores participantes se envolveram ativamente nas atividades durante as oficinas, frequentemente pedindo continuidade. O que nos deixou satisfeitos e com a certeza de que devemos possibilitar outros momentos de troca de experiências.
Considero que minha maior motivação em coordenar este trabalho dar-se-á pela compreensão de que as consequências do uso de álcool e outras drogas, além de atuarem diretamente na saúde do usuário e ou dependente, interferem de forma desastrosa na sociedade a qual estão inseridos.
Maria Inês Vieira Martins Coord. de Pol. Públicas Sobre Drogas do Município de Lages, SC.