A pesquisa que deu origem ao artigo científico que trata da caracterização energética da falha do pinhão, trabalho assim intitulado, foi realizada durante uma atividade prática da disciplina de Energia da Biomassa, no semestre passado. As estudantes do curso de Engenharia Industrial Madeireira da Universidade do Planalto Catarinense (Uniplac), Juliana de Oliveira e Gisele Paim, orientadas pelo professor Reginaldo Costa Brutti, chegaram a uma importante conclusão: a de que a falha do pinhão é um material viável para geração de energia e tem um grande poder calorífico, tendo uma relação direta com teor de umidade e o de cinzas. Para se ter uma ideia do resultado, as estudantes explicam que o teor de umidade está acima da média da biomassa florestal. “Isso quer dizer que com a queima da falha do pinhão se tem um poder calorífico superior ao da madeira de pinus” exemplificam.
Depois da coleta das lâminas, na localidade de Cadeados, em Lages, todo o procedimento experimental foi realizado nos laboratórios do Centro de Ciências Exatas e Tecnologias da Uniplac. Nesse período, as acadêmicas, também funcionárias da Universidade, constaram que nenhum estudo foi feito com este objetivo. “Existe sim pesquisas e publicações sobre casca da araucária, e a própria madeira, mas com a falha do pinhão esta é a primeira”, afirmam. Na próxima semana, eles terão a oportunidade de apresentar o trabalho durante o II Simpósio de Ciência e Tecnologia da Madeira do Rio de Janeiro. Além da publicação do artigo nos anais do evento, elas podem ter o resultado do estudo inserido na revista científica Floresta e Ambiente.
Para elas, esse é apenas uma fase inicial de estudos com a falha do pinhão. “Vamos nos aprofundar nessa questão, tendo em vista que esse material existe em grande quantidade na região e pode ser mais bem aproveitado”. Com a escassez de resíduos para biomassa, elas sugerem até uma possível comercialização desse material para indústrias de geração de energia.