A união de esforços da iniciativa privada e pública para garantir o desenvolvimento econômico regional do planalto catarinense é louvável e deve prosseguir, com a cobertura jornalística criando um conceito aglutinante positivo em torno das conquistas obtidas.
Para os que conhecem o planalto catarinense a mais de 20 anos, as mudanças são nítidas e inegáveis. O acesso ao conhecimento se expandiu, criando mesmo uma crise de identidade entre a situação provincial de outrora e a de franco desenvolvimento atual.
Com o desenvolvimento novas idéias e situações surgiram, sobre as quais são necessárias práticas políticas ainda não experimentadas pela antiga província. Uma da grandes frentes de conflito são as formas adequadas de temperar o desenvolvimento com a conservação da nossa riqueza biológica.
Sofrendo o mesmo problema de enfrentar novos desafios estão os profissionais que atuam em relatórios ambientais e afins, e em órgão licenciadores. Infelizmente o número de erros técnicos ainda é muito grande, em parte devido à recente formação de mão de obra na área ambiental, desde identificação errada das espécies até desconhecimento de técnicas e métodos de reparação ambiental.
Para defender meu direito a criticar, invoco um artigo publicado nesta mesma sessão, sobre o qual infelizmente não saberia citar seu autor.
O cidadão escreveu que é preciso contestar, apresentar críticas, mesmo que contradizendo idéias concensuais. Para os sensíveis, ele receitou ler Caras ou equivalente. O desenvolvimento requer isto, a incorporação das críticas construtivas para melhorar.
Especificamente falando de nossos problemas ambientais, é inadmissível que reparos a danos não estejam alicerçados em planos criteriosos com bases científicas. A ciência existe para abstrair nossas tendências pessoais e políticas dos fatos, e deve ser utilizada como ferramenta de decisão, não única, mas deve ser considerada.
Teremos mão de obra a preparar, os biólogos que estão se formando na Uniplac e gestores ambientais da Udesc. Vamos deixar, sem medo, a ciência da conservação permear e nortear de maneira segura o desenvolvimento regional, para o futuro de nosso planeta e da nossa região.