Feminismo Negro é o tema da segunda live organizada pelo Programa de Pós-Graduação em Educação (PPGE) e o Núcleo de Estudos Afro-brasileiros (Neab) da Universidade do Planalto Catarinense (Uniplac), juntamente com o Movimento Negro de Lages, Obatalá. O encontro será na quinta-feira, 2 de junho, às 20h, pelo youtube. O link da live está no final do texto e interessados podem se inscrever para receber certificado. A médica Ana Carolina Vieira será a mediadora da discussão que recebe como convidadas: Maria Odete da Costa, pedagoga, coordenadora da Pastoral Afro de Lages, especialista em Educação das Relações Étnico Raciais; Jana de Liz, presidenta da Casa de Gente, especialista em estética e imagem, pesquisadora e militante do movimento negro; Paloma Borges Pietro, professora de Língua Portuguesa e mestranda em educação na Uniplac e Miriele Pereira Fortes, estudante de Biomedicina. O jornalista Dionathan Sousa, trabalha nos bastidores. Haverá tradução para Libras. A professora e pesquisadora do PPGE, Mareli Graupe, ao comentar a importância do feminismo negro, pontua que são lutas são diferentes, das mulheres negras e das feministas brancas e de elite, que fazem parte, especialmente, da primeira onda, do feminismo da igualdade. “É relevante discutir o feminismo negro porque as mulheres negras no Brasil são as que mais sofrem discriminação e violências associadas ao gênero, por serem mulheres, e à raça e etnia por serem negras”, observa, completando que as mulheres negras são preteridas em entrevistas de empregos, por exemplo, um reflexo da sociedade racista. Para ela, levar a discussão sobre racismo para a universidade é fundamental. “O racismo precisa ser discutido em todas as disciplinas, mesmo que não conste na ementa, porque o racismo faz parte do nosso dia a dia, é estrutural”, reflete. A médica Ana Vieira comenta que a sociedade brasileira é racista e foi construída nesses moldes. “É com atraso que ocorre essa discussão. O vulcão racista finalmente entrou em ebulição. Quem é negro sabe do estou falando, mas para sermos antirracistas precisamos de todas as cores (etnias) nesse luta. Participar dessa roda de conversa sobre racismo tem esse objetivo, o levante de ideias e porque não dizer políticas antirracistas”, observa. Segundo ela, integrar um debate com mulheres negras sobre feminismo e discutir o racismo nessa perspectiva fortifica a roda de conversa e a ela própria. “Na luta antirracista é preciso entender que a mulher preta é preterida e sofrida por ser preta e mulher. E isso precisa mudar.” A mestranda Paloma comenta que o meio acadêmico tem uma dívida com a população negra. “A universidade, de acordo com Patricia Hill Collins, foi um ambiente que suprimiu o pensamento intelectual negro, sobretudo, das mulheres.” Para ela, o contexto histórico- social não pode suprimir esta temática das discussões no ambiente educacional. “Em suma,
é por meio do debate, do discurso, que os indivíduos podem mudar seu modo de pensar e, consequentemente, de agir”, acredita. A pesquisaora lembra que de acordo com dados do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), as mulheres negras estão 50% mais propensas ao desemprego com relação a outros grupos. “É mais do que fundamental empreender discussões, acima de tudo no ambiente universitário, sobre o feminismo negro. Essa corrente teórica, logo, apresenta-se como uma forma de resistência e empoderamento da mulher negra”, salienta.
Para participar da roda de conversa acesse o canal no Youtube da PPEG Uniplac Faça a sua inscrição no aqui e receba um certificado de participação.
Texto: Suzane Faita