Com o índice de 100% de colocação dos estudantes formados, a Tecnologia da Informação (TI) é hoje um dos mais promissores campos de atuação no Brasil. \"Nesta área quem está desempregado é por opção\", afirma o diretor da Faculdade de Informática (Facin), Avelino Zorzo.
Levantamento da Associação das Empresas Brasileiras de Tecnologia da Informação, Software e Internet – Regional RS (Assespro-RS) mostra que faltam 30 mil profissionais especializados no País. Mas, se sobram vagas, onde estariam os candidatos?
O presidente nacional da Assespro, Ricardo Kurtz, credita o pouco interesse dos jovens do Ensino Médio em serem informatas ao estereótipo do \"micreiro que vive em frente ao computador\". Kurtz defende que, para essa carreira, o profissional deve \"saber trabalhar em grupo, conhecer assuntos do dia-a-dia das empresas, operações comerciais e rotinas administrativas\". Tudo somado à fluência na língua inglesa, predominante entre as empresas que lideram o setor.
Para o diretor da Facin, o mito dos \"micreiros\" ou \"nerds\", reflete em parte a desinformação do público em geral sobre TI. \"Os profissionais de informática precisam das mesmas características de outras especialidades, como criatividade, atitude, espírito de equipe e respeito\", avalia Zorzo. Mas o principal diferencial está \"antes de tudo, no raciocínio lógico e cognitivo\", sentencia o presidente da Assespro.
A corrida por especialistas em TI no Brasil teve ênfase a partir de 2003. No RS, a chegada das multinacionais Dell, HP e Microsoft ao Parque Científico e Tecnológico da PUCRS (Tecnopuc), atraiu outros fortes nomes que buscavam ampliar as linhas de pesquisa aproximando-se de universidades para se abastecer de conhecimento e mão-de-obra qualificada.
Uma pesquisa da consultoria A.T.Kearney, encomendada pelo governo federal e pela Associação Brasileira das Empresas de Software e Serviços para Exportação (Brasscom), mostra que o setor de TI movimentará US$ 1,2 trilhão no mundo em 2006. O outsoucing – equivalente à terceirização, detém a metade desse valor e, o Brasil, um dos dez destinos mais atraentes para TI, absorve apenas US$ 7,7 bilhões do montante, além de girar mais US$ 12 bilhões no mercado interno.
\"Precisaremos formar 100 mil pessoas até 2010 proficientes em inglês e com alto nível técnico para absorver mais US$ 5 bilhões em TI\", afirmou Antônio Carlos Gil, presidente da Brasscom, num seminário sobre exportação de software, em Porto Alegre. Entre os pontos que despertam o olhar estrangeiro para o País, ele aponta a informatização do sistema bancário e o governo eletrônico, destacando o imposto de renda via internet e as eleições.
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